Um campeonato deficitário e um modelo na marca do pênalti

Um campaoneto bola murcha
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Não há como um clube do interior da Bahia sobreviver ao custo do futebol profissional. Tudo, absolutamente tudo, é desfavorável a uma competição deste porte. Há dificuldades que vão desde as distâncias entre as sedes dos jogos à um campeonato "tiro curto", de baixo nível técnico e de pouca atratividade para o torcedor.

O fato é que o campeonato baiano é feito apenas sob a ótica de se saber quem será o campeão da vez (de preferência, Bahia ou Vitória), e quais serão os dois rebaixados para a competição subsequente e os representantes em competições nacionais (uma para a Série C, outro para a Copa do Brasil).

Fossem os clubes do futebol baiano uma empresa, já teriam fechado as portas.

O campeonato é deficitário.

Tomemos como referência a primeira rodada do estadual ocorrida no último final de semana. No sábado, quatro clubes (Colo Colo, Catuense, Jacuipense e Juazeirense) representantes de cidades importantes como Ilhéus, Alagoinhas, Juazeiro e Riachão do Jacuípe, levaram ao estádio Roberto Santos, em Salvador, para uma rodada dupla, 561 torcedores. Ao final, somando todos os custos, impostos e taxas cobrados a cada disputa de jogos profissionais no estado, Catuense e Jacuipense, mandatários da rodada, tiveram que dividir um prejuízo de R$ 10.969,81.

No domingo, a cena se repetiu. Mais quatro times em campo, numa nova rodada dupla: Jacobina, Galícia, Feirense e Serrano. Novo prejuízo. Os quatro clubes levaram, juntos, ao estádio, 906 torcedores e os mandatários amargaram um prejuízo de R$ 5.051,54.

Nem o Vitória fugiu da regra. Jogando no Barradão, no domingo, contra o Bahia de Feira, o rubro-negro terminou a rodada com um prejuízo de R$ 21.898,29. Isso em apenas um jogo, o primeiro, do campeonato.

 

Na rodada, apenas um jogo, o do Vitória da Conquista contra o Bahia, foi superavitário.

Afinal que clube, seja ele pequeno ou grande, pode transformar um campeonato desse em atração ou investimento? O resultado é ter que ver o goleiro colombiano Viáfra, em fim de carreira, sendo a grande novidade da competição.

Do jeito que anda, com a fórmula que tem, o campeonato baiano deixa de ser princípio para os clubes interioranos. E passa a ser o fim. Haverá um tempo em que, nestas condições e neste modelo de disputa, todos terão que parar.

O campeonato baiano, do jeito que está, está na marca do pênalti.